domingo, 6 de fevereiro de 2011

CATEQUISTAS CARENTES

Tá todo mundo carente. A carência é geral. Isso reflete na catequese. Os catequistas estão carentes. Precisam de um novo olhar.
Estamos carentes. Não precisamos de grandes coisas. Necessitamos  só de um pouco mais de atenção.
Coisas simples, pequenas, mas importantes:
Atenção, respeito, condições de trabalho, presença de nossos párocos, planejamento conjunto.
A catequese não pode ser tratada como prioridade apenas na teoria e, na prática, ser apenas mais uma pastoral, daquelas que anda sozinha, sem linhas de ação e muito menos, trabalho conjunto da comunidade.
A carência dos catequistas é essa.
A Igreja precisa, definitivamente ter outro olhar para a catequese.
Não se trata de ditar normas, traçar novos métodos, indicar novos caminhos, lançar novos livros, fazer novas formações.
Trata-se de um novo olhar, de um novo tratamento, de uma nova postura. Para isso, não é necessário que se publique um novo documento ou que se organize um  encontro de  Bispos  em Roma. Muito menos que o Papa publique uma nova encíclica.
Os padres precisam andar juntos com a catequese. Muitos estão afastados, distantes.
Nossas formações em seminários, não tratam com profundidade a catequese. Com isso, os novos sacerdotes agem como se soubessem tudo  sobre a catequese, mas no fundo, não sabem muita coisa. Não vivem nas bases, não pisam nas salas, não dialogam com os catequistas, desconhecem a realidade das crianças e dos jovens modernos.
Com isso, terceirizam. Que os outros façam. As coisas andam, assim mesmo, sempre andaram. Surgem os “Achismos”.
Por isso a carência. Catequistas estão carentes. Alguns, por conta disso, procuram muito mais do que cursos e formações. Procuram, atenção, carinho, afago, respeito, diálogo. Catequistas precisam ser protagonistas e não meros executores de algo que alguém planejou para eles. A grande maioria dos catequistas apenas executa o que algum cérebro privilegiado pensou num momento individual.
Executores, e não protagonistas. É o que somos.
Se não houver outro olhar para o catequista, a catequese continuará andando do jeito que sempre andou ao longo de centenas de anos.
A Igreja é assim, milenar. Tudo é muito demorado. Velhos conceitos, velhas posturas, velhas atitudes. O medo paralisa, e ninguém ousa.  E pacificamente vamos deixando as coisas do jeito que elas são. Para que mudar? Posicionar-me para que? O que vão dizer de mim se eu deixar claro o meu posicionamento?
E neste compasso a catequese anda.  Mas para onde ela anda? Para onde ela vai? Que tipo de catequista você será?
Em muitas comunidades, a catequese já começou. Em outras, os encontros, as formações, a organização do ano, irá iniciar uma semana antes do início dos encontros semanais. Às pressas, tudo atropelado, na correria, sem planejamento, apenas na boa vontade.
O que fazer com os pais? Uma palestra. Sobre o que? Qualquer assunto.
Um encontro com os catequistas? O que faremos? Palestra. Quem convidamos? Qualquer um, apenas para falar sobre a catequese e a importância do trabalho do catequista.
E assim, caminhamos para mais um ano catequético. Defendendo a Igreja que amamos e acreditamos, enfrentando as dificuldades  eternas que nem o passar dos anos faz que quem diminuam.
Precisamos olhar com outros olhos para nossos catequistas.
Estamos carentes. A carência é geral. Carência extrema. Carência que dói.
Ninguém evangeliza assim, desse jeito.
Que catequese queremos? Que tipo de catequista seremos? Que anúncio faremos?
São perguntas que eu sempre faço. Todo ano é assim. Não tenho respostas para isso.
Continuo fazendo o meu trabalho tentando tocar outros corações, alertando para os perigos do mundo para estes jovens que também estão carentes e sedentos de uma nova mensagem.
E alertando a minha Igreja, os meus companheiros de caminhada, para os perigos da acomodação no nosso trabalho pastoral. ( Alberto Meneguzzi) 

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